31 agosto, 2011

É isso aí...


A Lucidez de um gênio



Repórter: Se o senhor fosse chamado a escrever um verbete sobre Oscar Niemeyer numa enciclopédia, qual seria a primeira frase ?

“Eu diria que é um ser humano como outro qualquer - que nasceu, viveu e morreu. Sou um homem comum – que trabalhou como todos os outros. Passou a vida debruçado sobre uma prancheta. Interessou-se pelos mais pobres. Amou os amigos e a família. Nada de especial. Não tenho nada de extraordinário. Acho ridículo esse negócio de se dar importância. Eu consegui manter, a respeito dos homens, uma posição que me tranquiliza muito: vejo os homens como uma casa, em que você pode consertar as janelas, acertar o aprumo das paredes, pintar. Mas,se o projeto inicial foi ruim, fica prejudicado. Aceito as pessoas como elas são. Todo mundo tem um lado bom e um lado ruim. O homem nasce numa loteria : é bom, é ruim, é inteligente ou não. Se a gente aceita este fato como uma condição inevitável, a gente tem de ser mais paciente com as pessoas, aceitá-las como elas são”.

Niemeyer lembra dos duros dias da construção da capital

“Juscelino foi uma pessoa muito importante para a vida brasileira. A construção de Brasília foi um momento de otimismo e de esperança. Brasilia foi aquele luta : a terra vazia, tudo por começar, sem estrada, sem conforto. Mas havia entusiasmo. Havia pressão de Juscelino e de Israel Pinheiro. A meta era : terminar de qualquer maneira. O prazo foi cumprido. Brasília foi um momento estranho : vivíamos junto aos operários, freqüentávamos as mesmas coisas, as mesmas boates, com a mesma roupa. Aquilo dava uma ideia de que o mundo estava evoluindo, o tempo estava melhorando. Iria desaparecer aquele barreira de classes. Mas era um sonho. Depois, vieram os políticos, vieram os homens do dinheiro.Tudo recomeçou : essa injustiça imensa, tão difícil de reparar”.


Fonte: http://www.niemeyer.org.br
Entrevista: Daily Telegraph - http://www.geneton.com.br/archives/000055.html


E diante de tanta lucidez foi perfeito ao comentar:

"PROJETAR BRASÍLIA PARA OS POLÍTICOS QUE VOCÊS COLOCARAM LÁ, FOI COMO CRIAR UM LINDO VASO DE FLORES PRÁ VOCÊS USAREM COMO PINICO. 

BRASÍLIA NUNCA DEVERIA TER SIDO PROJETADA EM FORMA DE AVIÃO E SIM DE CAMBURÃO."




Sem livros, sem histórias pra contar




O Livro não é um produto descartável: usou joga fora.
Nunca fiz isso nem com o namorado, 
imagine com um livro que é muito mais útil.
Tem gente que diz que uma casa sem cortina é uma casa nua.
Eu penso o mesmo de uma casa sem livros.
É como se fosse habitada por pessoas sem imaginação,
que não tem histórias pra contar.


Martha Medeiros – Topless


Será que consigo?


Laura Rizzotto

Sabe, tem coisas que ainda me deixam com esperança. Hoje navegando pela internet achei a Laura Rizzotto, menina ainda, 17 anos. Isso reforça minha crença que o lar, a família tem um papel importante na vida das crianças. Não digo que seja só em relação a música, mas na educação em geral; estimulando a arte, o esporte, o conhecimento...dependendo da aptidão de cada um.
Como talento não escolhe nem idade nem sexo, a jovem acaba de lançar o seu primeiro CD “Made in Rio”, pela Universal Music Brasil, com todas as canções escritas em inglês por ela e pelo irmão Lucas, de 18 anos (segundo ela foram 36 composições).
Laura estudou piano clássico, canto lírico, balé, jazz e sapateado. Mas a veia de compositora veio quase brincando, aos 11 anos, quando foi morar com a família em Minnesota, nos Estados Unidos. Lá, cantava músicas brasileiras de Herbert Vianna e Lulu Santos para os amigos. Como não era muito compreendida, resolveu fazer versões. A canção “Se eu não te amasse tanto assim” virou “If I didn’t want you that much", por exemplo.A relação com a música veio de berço. 
Mas ela não é filha de músicos ou de pessoas ligadas a indústria musical. A mãe juíza e o pai consultor de empresas sempre estimularam que os filhos escutassem de tudo em casa. Desde Caetano Veloso a Mariah Carey.

Fonte:
Luisa Girão, iG Rio de Janeiro







30 agosto, 2011





Até hoje não diferencio os cogumelos venenosos dos sadios. 
Como descobrir o que mata sem morrer um pouco por vez?





Fabrício Carpinejar



“Em outros tempos diria 
“Tomei raiva de você”. 
Mas nem foi raiva, vejo isso agora. 
É só tristeza mesmo. 
"Tomei tristeza de você".”



Caio Fernando Abreu.

LEMBRANÇA DO MUNDO ANTIGO

Ilustração: Mariana Ribeiro


Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, 
a Alemanha, a China, tudo era tranqüilo em redor de Clara.


As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia [perigo.
Os perigos que Clara temia eram a gripe, o calor, os insetos.
Clara tinha medo de perder o bonde das onze horas,
esperava cartas que custavam a chegar,
nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no
jardim, pela manhã!!!
havia jardins,
havia manhãs naquele tempo!!!

Carlos Drummond de Andrade

Depende de como você vê!!!


Por que você está aqui?


Nesta situação...qual seria a sua escolha?


29 agosto, 2011

Eu apenas queria que você soubesse




"Eu apenas queria que você soubesse

Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também."




Gonzaguinha








Hoje eu quero uma folga 
Uma folga de tudo que me pesa
- de tudo que me afoga.


Hoje só quero a leveza de um
sorriso despreocupado
- de um beijo roubado.




Quero transformar essa imensa vontade
num prato cheio de felicidade.





Caio Fernando.

28 agosto, 2011

Das doces delicadezas



alma de pétalas,
infinitas e azuis,
doce delicadeza,
que acalma,
e salva,
intuição




Cláudio Gontijo

27 agosto, 2011

26 agosto, 2011






Muitas pessoas perdem
as pequenas alegrias enquanto
aguardam a grande felicidade




Pearl S. Buck

To Love Somebody

Linger



Angels

Ana e o Mar




Veio de manhã molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar e se entregou ao vento
O sol veio avisar que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar Ana, o céu e o mar

Sol e vento, dia de casamento
Vento e sol, luz apagada no farol
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol

Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as conchas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar

Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar

Ana e o mar... mar e Ana
Histórias que nos contam na cama
Antes da gente dormir

Ana e o mar... mar e Ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar

Quando Ana entra n'água
O sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo
Abençoando ondas cada vez mais altas
Barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar
Desse novo amor... Ana e o mar



Teatro mágico

Cuida de Mim


Música para embalar a sexta=feira....
Delícia!!!!






Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto finjo, enquanto fujo.

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.

Busquei quem sou
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo, enquanto finjo.


Teatro mágico



25 agosto, 2011

Desafio

Coisas sobre mim:

Fui indicada pelos blogs: Bolg Pequenas Epifanias e Blog Coisas que eu sei


Nome completo: Vânia Andrade
Data de nascimento: 28/05/1973


Qual foi sua...
1. Última bebida: Água
2. Última ligação: para minha mãe
3. Última mensagem de texto: Para Patrícia
4. Última música que ouviu: Meu Coração - Arnaldo Antunes

Você já...
5. Saiu com duas pessoas ao mesmo tempo? Não
6. Foi traído? Sim, infelizmente
7. Beijou alguém e se arrependeu? Sim, aff =/
8. Perdeu alguém especial? Sim =(
9. Ficou deprimido? Muitas vezes.
10. Bebeu muito até passar mal? Nunca



Liste os seus três filmes favoritos:
(difícil citar só três, amo filmes)
11. A Garota da Vitrine
12. O Fabuloso Destino de Amelie Polain
13. V de Vingança


Desde o ano passado, você...
14. Fez algum amigo novo: Sim....
15. Se apaixonou: Não.
16. Riu até chorar: Sim, muitas vezes
17. Conheceu alguém que mudou sua vida: Não. 
18. Descobriu quem são seus melhores amigos: Sempre soube =))
19. Aprendeu alguma coisa importante, nova? Sim, várias 
20. Beijou alguém da sua lista de amigos do facebook: Não


Geral:
21. Quantas pessoas do seu facebook vc conhece pessoalmente? Quase todas
22. Você tem algum animal de estimação? Não. Quando eles morrem eu quase morro, prefiro não tê-los.
23. Você mudaria seu nome? Não.
24. O que vc fez em seu último aniversário? Meus amigos fizeram uma festa surpresa pra mim...linda!!!!
25. Que horas acordou hoje? Acordei as 07:00 h
26. O que estava fazendo ontem à meia noite? Vendo TV
27. Está assistindo algo no momento? Sim, a novela Cordel Encantado
28. O que vc não vê a hora de acontecer? Fazer meu curso de fotografia
29. A última vez que vc viu a sua mãe: Ontem
30. O que vc gostaria de mudar em vc mesmo? Ser mais perseverante
31. O que vc está ouvindo agora? Nada
32. Você conhece alguém que tem um nome muito estranho? Sim, vixi...várias
33. O que mais te irrita? Falsidade, deboche, teimosia
34. Página mais visitada na Internet: Blog e Facebook
35. Apelido: não tenho
36. Signo do Zodíaco: Gêmeos
37. 1o grau: completo.
38. Colegial: completo.
39.Faculdade: Completo
40. Cor do cabelo: Vermelhos
41. Comprido ou curto: Curtos
42. De onde vc é: RJ
43. Altura: 1:60
44. Vc tem uma queda por alguém? Sou casada
45. O que vc mais gosta em você? Meu sorriso.
46. Tem piercings? Não
47. Tatuagens? Não.
48. Sabe dirigir? Sim

Primeiras vezes:
49. Primeira cirurgia: aos 24 anos
50. O que comprou com seu primeiro salário? Um maiô branco no shopping 126
51. Primeira melhor amiga (o): Lurdinha
52. Primeiro amor: Aff, não lembro...hahahaha
53. Primeira viagem com amigos: aos 14 anos

Ultimamente:
54. O que vc tem visto na TV: Filmes, novelas e saia Justa na GNT
55: Último filme que vc viu: Não me abandone jamais
56. O que vc tem comido: as vezes fujo pra comer comida japonesa
57. O que vc tem bebido: Café, água
58. O que vc vai fazer qdo terminar de responder? Ler
59. O que vc tem ouvido (música): Músicas do anos 80 tem invadido meus dias
60. O que vc espera para amanhã? Que o dia termine bem

Seu futuro:
61. Quer ter filhos?  Já os tenho
62. Quer se casar? Já sou casada
63. Carreira: Direito

O que é melhor:
64. Lábios ou olhos? Lábios
65. Abraços ou beijos? Ambos
66. Mais baixos (as) ou mais altos (as)? Tanto faz.
67. Mais velhos (as) ou mais novos (as)? Tanto faz.
68. Romântico ou espontâneo? espontâneos
69. Braços sarados ou pernas saradas? Braços
70. Beleza ou inteligência? Inteligência.
71. Relacionamento sério ou só diversão? Sério
72. Extroversão ou timidez? o meio termo sempre é a melhor medida

Você já...
73. Beijou um estranho? Sim.
74. Fumou? Não
75. Partiu o coração de alguém? Acho que sim.
76. Teve seu coração partido? Sim, muitas vezes.
77. Foi preso (a)? Não.
78. Beijou alguém do mesmo sexo? Não.
79. Chorou qdo alguém morreu? Sim

Você acredita em...
80. Você mesmo (a)? Depende
81. Milagres? muito
82. Amor a primeira vista? Não
83. Paraíso? Sim.
84. Papai noel? Não.
85. Na fada do dente? Não.
86. Anjos? Sim
87: Deus? Plenamente


Repasso:

Luciana - Blog A menina da Bolha

Robertta - Blog Fashion Mood
Valéria - Blog Letras (Im)possíveis



O mar tem voz.


A voz é o ouvido do mar.


Uma a


uma, ondas,


sua fala se desfaz,


o mar,


o mar faz



calar.


Arnaldo Antunes
in : Livro - 2 Ou + Corpos No Mesmo Espaço

Para todo dia....




Guarda e tece na alma o eterno recomeço.

Experimenta, poda, transforma e sente.

Agradece e gira a roda da tua vida

No dia de sempre, 


todo novo e abençoado dia...



Mario Quintana

"E quando tudo me aborrecer de verdade, quando eu ficar cansada de minhas neuroses e manias, quando as pessoas estiverem demais distraídas, a paisagem perder a graça, a mediocridade instalar seu reinado e anunciarem o coroamento da burrice - vou espiar o letreiro que fala de uma riqueza disponível para qualquer um, e que botei como descanso de tela no meu eternamente ligado computador:





ESCUTE A CANÇÃO DA VIDA." 















Lya Luft
"A Riqueza do Mundo"

Com o coração



Hoje eu não quero conversas vestidas de uniforme. Diálogos impecavelmente arrumados que não deixam o coração à mostra. As palavras podem sair de casa sem maquiagem. Podem surgir com os cabelos desalinhados, livres de roupas que as apertem, como se tivessem acabado de acordar. Dispensa-se tons acadêmicos, defesas de tese, regras para impressionar o interlocutor. O único requinte deve ser o sentimento. É desnecessário tentar entender qualquer coisa. Tentar solucionar qualquer problema. Buscar salvamento para o quer que seja.

Hoje eu não quero falar sobre o quanto o mundo está doente. Sobre como está difícil a gente viver. Sobre as milhares de coisas que causam câncer. Sobre as previsões de catástrofes que vão dizimar a humanidade. Sobre o quanto o ser humano pode ser também perverso, corrupto, tirano e outras feiúras. Sobre os detalhes das ações violentas noticiadas nos jornais. Não quero o blablablá encharcado de negatividade que grande parte das vezes não faz outra coisa além de nos encher de mais medo. Não quero falar sobre a hipocrisia que prevalece, sob vários disfarces, em tantos lugares. Hoje, não. Hoje, não dá. Não me interessam o disse-que-disse, os julgamentos, a investigação psicológica da vida alheia, os achismos sobre as motivações que fazem as pessoas agirem assim ou assado, o dedo na ferida.

Hoje eu não quero aquelas conversas contraídas pelo receio de não se ter assunto. A aflição de não se saber o que fazer se ele, de repente, acabar. O esforço de se falar qualquer coisa para que a nossa quietude não seja interpretada como indiferença. Hoje eu não quero aquelas conversas que muitas vezes acontecem somente para preenchermos o tempo. Para tentarmos calar a boca do silêncio. Para fugirmos da ameaça de entrar em contato com um monte de coisas que o nosso coração tem pra dizer. Além do necessário, hoje não quero falar só por falar nem ouvir só por ouvir. Que a fala e a escuta possam ser um encontro. Um passeio que se faz junto. Um tempo em que uma vida se mostra para a outra, com total relaxamento, sem se preocupar se aquilo que é mostrado agrada ou não. Se aumenta ou diminui os índices de audiência.

Hoje, se quiser, se puder, se souber, me fala de você. Da essência vestida com essa roupa de gente com a qual você se apresenta. Fala dos seus amores, tanto faz se estão perto do seu corpo ou somente do seu coração. Fala sobre as coisas que costumam fazer você sintonizar a frequência do seu riso mais gostoso. Fala sobre os sonhos que mantêm o frescor, por mais antigos que sejam. Fala a partir daquilo em você que não desaprendeu o caminho das delícias. Do pedaço de doçura que não foi maculado. Da porção amorosa que saiu ilesa à própria indelicadeza e à alheia. A partir daquilo em você que continuou a acreditar na ternura, a se encantar e a se desprevenir, apesar de tantos apesares. Conta sobre as receitas que lhe dão água na boca. Sobre o que gosta de fazer para se divertir. Conta se você reza antes de adormecer.

Hoje, me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços, sem nenhum compromisso chato à nossa espera. A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza, abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.

Senta perto e me conta o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez e o que sente quando olha pra ele, tantas vezes depois. Se tinha jardim na casa da sua infância, me diz que flores riam por lá. Conta há quanto tempo não vê uma joaninha. Se tinha algum apelido na escola. Se consegue se imaginar bem velhinho. Fala da sua família, a de origem ou a que formou. Das pessoas que não têm o seu sobrenome, mas são familiares pra sua alma. Fala de quem passou pela sua vida e nem sabe o quanto foi importante. Daqueles que sabem e você nem consegue dizer o tamanho que têm de verdade. Fala daquele animal de estimação que deitava junto aos seus pés, solidário, quando você estava triste. Diz o que vai ser bacana encontrar quando, bem lá na frente, olhar para o caminho que fez no mundo, em retrospectiva.

Podemos falar abobrinhas, desde que sejam temperadas com riso, esse tempero que faz tanto bem. A gente pode rir dos tombos que você levou na rua e daqueles que levou na vida, dos quais a gente somente consegue rir muito depois, quando consegue. A gente pode rir das suas maluquices românticas. Das maiores encrencas que já arrumou. Das ciladas que armaram para você e, antes de entender que eram ciladas, chegou até a agradecer por elas. De quando descobriu como são feitos os bebês. A gente pode rir dos cárceres onde se prendeu e levou um tempo imenso pra descobrir que as chaves estavam com você o tempo todo. Das vezes em que se sentiu completamente nu diante de um Maracanã, tamanha vergonha, como se todos os olhos do mundo estivessem voltados na sua direção. Das mentiras que contou e acreditaram com facilidade. Das verdades que disse e ninguém levou a sério.

Não precisa ter pauta, seguir roteiro, deixa a conversa acontecer de improviso, uma lembrança puxando a outra pela mão, mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim. Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. Escuta o que eu digo quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. Não antecipe as minhas palavras. Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão se arrumar toda para responder. Uma conversa sem vaidade, ninguém quer saber qual história é a mais feliz ou a mais desditosa.

Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.

E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.


Ana Jácomo

23 agosto, 2011

De Corpo Inteiro


O filme trata-se de um documentário com pitadas de ficção, onde a personagem principal é Clarice Lispector, em encontros com as mais variadas personalidades.

Clarice dá uma aula de interação jornalística ao mergulhar poeticamente no mundo de pessoas, entre elas um cantor, um psicanalista, um escritor, uma pintora e outros.

O filme revive as entrevistas conduzidas pela escritora Clarice Lispector publicadas nas revistas "Manchete" e "Fatos & Fotos" nos anos 1970. Dentre os entrevistados, personalidades como Nelson Rodrigues, Jorge Amado, Tônia Carrero, Nélida Piñon e Oscar Niemeyer.

Adaptação do livro 'Entrevistas com Clarice Lispector'.

Gênero: Documentário/Ficção

Direção: Nicole Algranti


O menino que carregava água na peneira




Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira 

era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro 

botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: 

Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos




Manoel de Barros

Você me aquece



Lembrar de você me aquece:







é feito um pé de sol que eu cultivo na memória




Ana Jácomo

Para explicar o amor Chico cita Montaigne

Eita conversa boa....


A D O R E I...simples assim!!!!


Amizade


sábio é derramar
nas engrenagens da amizade
o óleo da delicadeza







PatLau

O amor





Talvez
Quem sabe
Um dia
Por uma alameda
Do zoológico
Ela também chegará
Ela que também
Amava os animais
Entrará sorridente
Assim como está
Na foto sobre a mesa

Ela é tão bonita
Ela é tão bonita
Que na certa
Eles a ressuscitarão
O século trinta vencerá
O coração destroçado já
Pelas mesquinharias

Agora vamos alcançar
Tudo o que não
Podemos amar na vida
Com o estrelar
Das noites inumeráveis

Ressuscita-me
Ainda
Que mais não seja
Porque sou poeta
E ansiava o futuro

Ressuscita-me
Lutando
Contra as misérias
Do cotidiano
Ressuscita-me por isso

Ressuscita-me
Quero acabar de viver
O que me cabe
Minha vida
Para que não mais
Existam amores servis

Ressuscita-me
Para que ninguém mais
Tenha de sacrificar-se
Por uma casa
Um buraco

Ressuscita-me
Para que a partir de hoje
A partir de hoje
A família se transforme

E o pai
Seja pelo menos
O Universo
E a mãe
Seja no mínimo
A Terra
A Terra
A Terra


música: O Amor - Gal Costa
composição: Caetano Veloso ( baseada em poema de Vladimir Maiakovski )

22 agosto, 2011

"...só..."




Era íngreme a subida, porém pelo caminho
As vozes animadas, dos outros, me animavam.
Então pensei que assim seria até lá em cima.
E com isso me alentei. Porém, a certa altura,
Um trilho apareceu, estreito e perigoso;
E o Mestre me falou: Meu filho, neste trecho
É mais seguro andar comigo só."
Estremeci...porém, confiante em seu amor,
Eu disse: "Sim, Senhor."
O Mestre me tomou a mão ainda tremente,
E com ela o coração, que todo se entregou:
Nele tudo lançando: dele tudo esperando.
E na vereda estreita, só nele me apoiando(...)





Lettie Cowman


21 agosto, 2011



" Não há nenhum charme pessoal tão grande , 

como o charme de um temperamento alegre ."



 Henry Van Dyke 





“Que o teu afeto me afetou é fato.”



 O Teatro Mágico.

18 agosto, 2011







"São tempos difíceis para os sonhadores..." 







O Fabuloso destino de Amélie Poulain

Com licença...tô passando



"Mas agora, com sua licença.

Não dá mais para ocupar o mesmo espaço.

Meu tempo não se mede em relógios.

E a vida lá fora, me chama.''







Caio.F.Abreu 
Escrever não é desistir de falar, 


é colocar o silêncio pra fora.







Carpinejar

Tudo que Deus faz é bom


Wonderwall




(...)Today was gonna be the day
But they'll never throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you're not to do
I don't believe that anybody
Feels the way I do
About you now

And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I'd like to say to you
But I don't know how (...)

Me deixas louca

17 agosto, 2011

Mallu Magalhães






Eu tenho uma atração muito grande por tudo que é fora do padrão, diferente, oposto....e quer algo mais fora do padrão do que Mallu Magalhães? Eu fiz este post em primeiro lugar pra mim, para que eu possa  lembrar que existem pessoas que não vieram ao mundo para ser mais uma na multidão (coisa que definitivamente ela não é). E queria também apresentá-la a quem apenas havia ouvido falar...vale a pena conhecer o trabalho e a pessoa. Sem medo de errar (opinião particular) a Mallu é uma das artistas mais interessantes que conheci (não pessoalmente mas através da mídia). 
Desejo muito sucesso em sua caminhada e que seu amadurecimento só aumente o seu potencial. 





Mallu Magalhães (nome artístico de Maria Luiza de Arruda Botelho Pereira de Magalhães; São Paulo, 29 de agosto de 1992) é uma cantora, compositora e instrumentista brasileira. Com dois álbuns e um DVD lançados, seus maiores sucessos são "Tchubaruba", "J1" e "Shine Yellow".







Mallu é filha de uma paisagista e de um engenheiro e músico amador apaixonado por rock clássico, que a influenciou em seus gostos musicais. Aos nove anos, Mallu ganhou um violão e dois anos depois passou a fazer aulas.

Durante sua infância ouvia atentamente os CDs e LPs de seus pais e de seus avós, prestando atenção à música e aos encartes dos discos e, através deles, foi buscando outros artistas.

Aos doze anos, começou a compor músicas, grande parte delas escritas em inglês.

Em 2007, aos 15 anos, Mallu juntou algum dinheiro e gravou quatro de suas músicas, disponibilizando-as na internet por meio do site MySpace. Dentre elas destacaram-se "Tchubaruba", "J1" e "Get To Denmark".

Em janeiro de 2008 Mallu fez sua primeira apresentação acompanhada por músicos profissionais. Foi convidada a abrir o show da banda Vanguart no Clash Club, reduto alternativo paulistano, onde estavam presentes alguns jornalistas.

Além de suas composições, Mallu despertou a atenção de jornalistas e críticos musicais por suas interpretações das músicas "Folsom Prision Blues" de Johnny Cash e "It Ain´t Me" de Bob Dylan, ambas registradas no programa Popload de Lucio Ribeiro. O programa registrou também muitas de suas composições ainda em fase germinal, que, somadas às suas ainda poucas apresentações ao vivo e ao seu myspace lhe deram espaço em jornais, revistas impressas e eletrônicas como fenômeno da internet.







Gravou seu primeiro álbum num grande estúdio no Rio de Janeiro usando com exclusividade equipamentos vintage, como uma mesa de gravação do mesmo modelo da utilizada pelos Beatles no Estúdio Abbey Road.

Acompanhada por sua banda e com a produção do álbum assinada pelo produtor Mário Caldato (Beastie Boys, Beck, Bjork, etc), seu álbum de estréia confirmou seu estilo folk e pop rock com belas melodias sobre arranjos bem feitos e foi bem recebido pelo público e pela crítica especializada, alcançado boas vendas numa época onde a cultura do baixar músicas na rede se estabelecia cada vez mais.

Em outubro gravou seu primeiro DVD ao vivo que reuniu algumas de suas apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em novembro do mesmo ano lançou seu álbum independente pela Agência de Música, num show realizado no Morro da Urca, Rio de Janeiro.

Ainda em 2008 foi indicada no MTV Video Music Brasil 2008 às categorias Artista do Ano, Banda/Artista Revelação e Show do Ano. Também participou de diversos programas de TV. E novamente uma de suas canções, agora "Tchubaruba", foi veiculada num comercial em rede nacional.

Em janeiro de 2009 foi convidada a se apresentar na Europa onde fez shows em Portugal nas cidades de Lisboa e Porto. Voltando ao Brasil, participou dos maiores festivais nacionais como as edições do Planeta Atlântida, Festival de Inverno, João Rock e outros.

Participou do projeto Beatles´69 dirigido por Marcelo Fróes, interpretando e arranjando ao lado de sua banda (agora com André Lima no teclado) a música inédita de Paul McCartney,How D´You Do, de 1969.

No segundo semestre de 2009, Mallu grava seu segundo álbum. Acompanhada por sua banda e com participações especiais em algumas faixas (Maurício Takara, Kassin e um naipe de músicos eruditos), agora com produção assinada pelo produtor Kassin (Vanessa da Mata, Caetano Veloso, Jorge Mautner, Los Hermanos, etc), seu segundo álbum mostra maior abertura em termos de linguagens musicais. Embora mantendo suas raízes no folk e no pop rock, Mallu agora flerta com o reggae, com o samba da tropicália e com ambientações da música sinfônica.

Dessa vez seu álbum é lançado em parceria com uma grande gravadora, a Sony Music. O álbum é recebido pelo público e pela crítica especializada, que entendem sua abertura musical como uma "evolução" ou "amadurecimento".





Em 22 de novembro de 2008, após o cantor Marcelo Camelo fazer uma participação no show da cantora Mallu Magalhães, no Morro da Urca, no Rio de Janeiro, os dois assumiram um relacionamento amoroso.








Como dizia Renato Russo em Eduardo e Mônica: 
E quem um dia irá dizer 
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?






Mallu Magalhães é apontada como revelação da música brasileira, sendo aclamada por publicações como Rolling Stone Brasil, Revista Trip e Bravo! pela sua precocidade, espontaneidade e talento para compor e cantar tanto em inglês como em português. Suas maiores influências são The Beatles, Belle and Sebastian, Bob Dylan, Johnny Cash, e incluem o rock clássico, o folk americano, a MPB, o samba Tropicalista entre outros estilos musicais semelhantes.


Em um de seus milhões pensamentos e inspirações saiu ADULTAR.... ficou a cara dela



costumava eu,

sentir claro e frequente,

pequenos saltos de existência,

hora criança,

hora adulto.

.

faz tempo que não pulo.

.

será que adultei de vez?

.

ou será que minha existência é uma fusão de tais,

e agora só me resta pular,

no mesmo pé,

no mesmo ponto,

pra cima, apenas,

pular pro céu?















Fonte de pesquisa: Wikipédia

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