07 julho, 2010


Não é que seja exatamente corajoso, meu coração tem é isso de bom:
não ocupa espaço com mágoas e, com o tempo,
ele se tornou desmemoriado pra assuntos de frustração.
Quando me dou conta, lá está ele amando de novo,
sorriso de orelha a orelha, com tal frescor que parece que nunca foi ferido.
Dá, sim, pra ver uma cicatriz aqui e ali, outras mais adiante,
que cicatriz não morre, mas ele não liga. Nem eu.
Não é que seja exatamente teimoso,
meu coração tem é isso de bom: gosta de amar.


Eu também.



Ana Jácomo

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