26 novembro, 2010

Caixinha de Costura




Fiquei pensando no que teria dentro de minha caixa de costura…

Sempre imaginei a vida como uma colcha de retalhos. Pedaços da vida sendo costurados, ligados e interligados, alguns bastante coloridos e alguns cinzentos. Na minha caixa de costura, teria uma tesoura que serviria para os cortes que são necessários e que a vida nos faz, as lembranças que ela deixa cortadas, rasgadas e desfiadas. A agulha serviria para remendar paixões, amores, saudades, corações partidos… O dedal seria o ombro amigo que nos protege dos furos nos dedos da alma. A fita métrica serviria para medir o tanto que caminhamos para frente, avaliarmos como crescemos, como amadurecemos, o tanto que já vivemos e amamos e fomos amados. Os alfinetes seriam as pessoas que entram na nossa vida e ficam conosco para sempre, são feitas de metal resistente, com cabeças frias e coloridas que não esquentam e, muito pelo contrário, preparam o terreno para a agulha caminhar… Ah! e os botões?… Nunca faltam seriam as boas lembranças que servem para colorir o nosso dia, a nossa vida, e tapar os buracos do coração. Teriam também, na minha caixa de costura, fitinhas coloridas que são os amores infantis, filhos, netos, sobrinhos, as crianças que crescem pertinho de nós. Ah! e as linhas seriam tantas, de todas as cores! Pretas, brancas, azuis, amarelas, laranjas e de cores variadas e que, de acordo com o que ela vai costurar, transforma a vida num arco-íris… Ela seguiria a agulha silenciosamente pelos caminhos do coração. Para terminar, pedaços de pano que seriam as fases da minha vida. Com esses eu faria a minha colcha de retalhos e cobrira de carinho todos os que amo…


Ana Maria Guimarães Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem gostou da Ideia