03 julho, 2011

Ana Maria Carvalho, muito prazer em conhecê-la!



Ontem vindo da  pós graduação com minhas amigas, desencadeamos um papo cabeça sobre vários temas...dentre eles um que me intrigou por demais, Ana Maria a ex mulher do Marcos Valle. A Patty (minha amiga viciada em biografias) me apresentou essa figura, no mínimo, inusitada. Desde de então não parei de pensar nessa vida tão rica e tão pobre. Era o antagonismo em forma física, perambulando pelas ruas do Rio de Janeiro sem que ninguém nunca pudesse desconfiar de sua história de vida tão perturbadora. 
Chegando em casa o óbvio aconteceu...tive que pesquisar sobre a Ana e fiquei mais encantada ainda. Comecei a avaliar e medir o tamanho do nosso "pré-conceito" e me enquadrei naquela verdade incomoda de que costumamos julgar o livro pela capa (cansei de comprar livro ruim com capa linda). O "verniz" sempre ganha a nossa atenção, quem não gosta de está rodeado de coisas glamorosas, sofisticadas, "bapho" (como dizem por ai)?!? E então, chega Ana Maria sem verniz, no auge de sua perturbação mental, sem teto, andando de um lado a outro, carregando dentro de si sua maior riqueza...ela mesma. Pela pesquisa rápida que fiz pelo ciberespaço percebi que ela não intrigou só a mim, tem um monte de gente no mesmo barco que eu, inclusive já existe um documentário que será lançado agora em julho (lógico que vou ver).  E diante do que ouvi (da Patty) e li por aqui, não poderia deixar passar. Esse post tem o único objetivo de fazer pensar e inquietar , assim como fez comigo. Assim, Colocando em xeque essas "verdades" que carregamos pela vida.

Eis a pesquisa e as fontes:

Figurinha fácil na década de 60, que circulava pelas ruas Joana Angélica, Vinícius de Moraes! Poliglota, falava inglês, francês, italiano, tocava piano, trabalhou na radio Globo, foi casada com Marcos Valle, participou de gravações do Álbum "Brasil 65" de Sérgio Mendes. Chamava atenção pela beleza morena e pela voz afinada. Casada com Marcos Valle morou em Nova York, Londres e Los Angeles.




O excesso de drogas de 1969 e o fim do casamento a levou de volta a casa dos pais em Ipanema. Nessa época Ana começou a ter surtos psicóticos recorrentes e a vagar pelo Bairro. Hoje Ana Maria vive sob a tutela dos irmãos, anda maltrapilha, perambulando com um carrinho de compras vazio e falando sozinha pelas ruas de Ipanema.

Em 2006 foi convidada para participar de um estande no Fashion Rio que homenageava personagens clássicos das praias cariocas.

Ana Maria está sempre de azul, as vezes usa rosa e hoje em dia leva flores de plástico nos cabelos que é descolorido em uma das filiais do salão Werner.

O lançamento do documentário "Ana Maria a mulher de Branco" está previsto para o dia 27 de Julho em Ipanema.


Fonte: O Globo


Ipanema é um comprido corredor de academias de ginástica, o novo laboratório de onde saem suas musas antes formatadas apenas pela generosidade de Deus, mas a mulher mais reconhecida nas ruas do bairro não chama a atenção por glúteos esculpidos como se fossem arrebóis sublimes. Ana Maria Carvalho é uma senhora que fica postada à curiosidade pública todos os dias na esquina das ruas Vinicius de Moraes com Barão da Torre. Ela caminha cinco metros para a esquerda, volta outros tantos para a direita, não mais que isso, o que lhe confere quase a discrição de uma estátua. Ana foi a cantora do “Sérgio Mendes e o Brasil 66”, um minuto antes de o grupo vender tanto quanto os Beatles. Hoje passa o tempo falando sobre o choque dos planetas, o seu nascimento em uma estrela da Via Láctea e a velocidade da luz, tudo transmitido para sabe-se lá quem, num celular imaginário que ela equilibra na orelha enquanto os ombros seguram sacolas de plástico e outros parangolés. Parece que foi droga, parece que foi um trauma familiar, Ipanema ainda não chegou a um parecer definitivo. Ana é conhecida como a “Mulher de branco”, porque só vestiu essa cor durante duas décadas, mas agora usa azul, e é dessa cor o edifício onde mora com seus fantasmas na Rua Alberto de Campos. Nos próximos meses, será lançado um documentário sobre sua vida, nada que as ruas de Ipanema não saibam, mas na última cena Ana relembra os tempos de artista e canta sua música favorita, “Hi-Lili, hi-lo”, aquela que diz “Eu levo a vida cantando”, e ainda “O mundo gira depressa”, e também “Por isso é que sempre contente estou”.


Jornal: O GLOBO Autor: 
Editoria: Segundo Caderno 
Edição: 1 Página: 10
Coluna: Joaquim Ferreira dos Santos 




Ainda achei esse vídeo interessante. Os meninos que estão filmando a Ana dançam e cantam com o único objetivo de instigá-la a cantar também e conseguem.




10 comentários:

  1. ME EMOCIONEI.O QUE SÃO ESCOLHAS OU NÃO. MENINA LINDA,POLIGLOTA QUE SIMPLESMENTE ESCOLHEU UM UNIVERSO ALTERNATIVO, E POR LÁ , COM CERTEZA É SÃ E FELIZ.

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  2. Perfeita sua colocação..."Escolheu um universo alternativo, e por lá, com certeza é sã e feliz." Nem mais!

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  3. Tambem achei interessante a colocacao do "anonimo"

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  4. Sabemos das difuculdades em reconduzir a rotina de uma pessoa com problema psicológico como sabemos Amaria é vítima, que teimosas pela doença resistem a um acompanhamento. Contudo, onde estão as pessoas que viviam ao lado dela, que tem poder econômico para trazer de volta a boa aparência, um tratamento odontológico, pele, vestuárias, dando ou melhor resgatando a beleza desse belo ser. Alô Marcos Valle, Sérgio Mendes, pessoal da Globo... só não venham eses oportunistas da Record! Com as suas matérias sensacionalistas e oportunista. Na religião recomendo levá-la para um culto na séria Igreja Assembleia de Deus Vida em Cristo com o pastor Silas Malafaia. João Batista

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  5. Queria muito assistir ao documentário. Moro em Natal, não sei como posso ter acesso a ele. Poderiam me ajudar???

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  6. oi gente, ela e prima da minha mae. Cresci no rio com ela. Fico muito triste em ouvir essa historia, conhecia muito pouco pois quando convivia era muito nova. Minha mae vai tentar encontrar ela esse fim de ano. Espero que consiga.

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  7. Quando menina fui ouvinte do programa de seu pai na rádio globo rj.
    Lembro do seu casamento com o Marcos Valle.Formavam um casal lindo.
    Ela era uma moça muito bonita.Parecia uma modelo.
    Fiquei chocada hoje ao ver uma reportagem sobre ela no jornal.
    Muita pena...

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  8. Olá Vânia!
    Parabéns pelo post, gostei e olha que tb postei algo dessa figura folclórica de Ipanema.

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  9. Fiquei chocado com sus estória e isso só me leva a uma profunda reflexão do qão distintos rumos nossas vidas podem tomar com o passar dos anos e do quanto somos frágeis à beleza escultural física que possamos ter nos dias de hoje e sua passageira realidade. Foi uma história real de vida... Lamento muito a decadência dessa senhora pois me imagino vivendo em seu lugar daqui a alguns anos. Assim, não espero! - Vale ressaltar.

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  10. Deveriam aproveitar o documentário para mais uma vez, alertar as pessoas sobre a droga! Aí está um exemplo vivo de que a "droga é uma droga"... sem sombras de dúvida. E, creiam, o caso dela nao teria mais jeito. A droga desencadeou a esquizofrenia...

    Feliz daquele que nunca se envolveu com o submundo das drogas... feliz daquele que é chamado de "careta"... porque careta mesmo, a gente vê diante desse exemplo de Anamaria que foi uma mulher muito bonita e, hoje, se resume a "isso"...

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