31 maio, 2011

O meu tempo



Não existe hora certa, existe o meu relógio,
lembrando sempre com seu tic-tac
que há a vida
para ser vivida,
que houve a vida
que não se viveu.
Não importa que o rádio renitente ruja
são tal hora e tal minuto,
hora oficial.
Afinal.
que há de oficial em minha vida?
Somente,
quebrando a paz exata deste espaço,
levando a mim a frente, sem retorno,
a tiquetaquear meu ser-serei,
existe o meu relógio, —
pulso falso,
sensato solilóquio, lento, certo,
que canta
o canto
do tempo
que é meu.

Ildásio Tavares

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